sexta-feira, 25 de março de 2011

2012 não e sim 2019

As chances são de uma em duzentos e cinqüenta mil. É um palpite e tanto, mas nunca se sabe. Em 9 de julho de 2002 astrônomos descobriram o asteróide 2002 NT7, uma rocha com 2 quilômetros de extensão e uma curiosa órbita.

Ao contrário da maioria dos outros asteróides, que circundam o Sol mais ou menos no mesmo plano dos planetas, 2002 NT7 segue sua trajetória de 837 dias numa órbita inclinada em 42 graus. A maior parte do tempo ele está acima ou abaixo do plano dos planetas, mas a cada 2,29 anos ele passa de um lado para o outro, eventualmente intrometendo-se no caminho da Terra. É aí que está o perigo.

Depois de seguí-lo por alguns dias, alguns pesquisadores encontraram uma chance em duzentos e cinqüenta mil desse asteróide atingir a Terra precisamente no dia 1º de fevereiro de 2019. As chances não são somente pequenas, são incertas. O objeto foi seguido por apenas 17 dias e predições mais confiáveis requerem mais observações.
Já está se tornando rotina: astrônomos descobrem um novo asteróide. Com os poucos dados disponíveis na ocasião calculam uma pequena chance de colisão
no futuro.

O fato chama a atenção de outros observadores (e deveria convencer os políticos de que um programa de patrulhamento celeste deve ser levado a sério). Mas quem faz alarde é a mídia.

Finalmente, com as novas e necessárias observações, as chances apresentam seu declínio típico, afastando a possibilidade de impacto, mas fazendo crer que o perigo não existe, que nunca irá acontecer.
O programa da NASA que patrulha objetos perigosos nas vizinhanças da Terra (NEO, abreviatura de Near Earth Object) deu a 2002 NT7 a classificação "1" na escala Torino, que vai de zero a dez e avalia o risco potencial desses objetos. Isso significa que este asteróide deve continuar sendo monitorado, mas não merece grande preocupação.
Torino impact hazard scale
Aliás, da próxima vez que você tomar conhecimento de notícias como "Asteróide assassino ameaça a Terra" procure saber se o objeto tem sido rastreado há apenas uma ou duas semanas. Atente também para as chances de impacto. Provavelmente depois disso não haverá muito com o que se preocupar.
Mas e se com novas observações 2002 NT7 subir na escala? Se as chances em vez de diminuírem fizerem "acender as luzes vermelhas?" O que poderia acontecer num impacto dessa magnitude? Poderíamos evitá-lo?

Atualmente não há nenhum plano para responder a uma emergência desse tipo. Muitas foram as propostas para interceptar, desviar ou destruir um asteróide em curso de colisão real com a Terra. Mas somente um programa de monitoramento (que precisa de mais recursos para continuar funcionando) foi implementado.
E se...
APESAR DAS CHANCES SEREM REDUZIDAS, se 2002 NT7 colidisse com o nosso planeta em 2019 ele o faria a cerca de 28 km/s, o bastante para causar destruição em massa no local de impacto, proporcionar uma mudança no clima global ou gerar tsunamis (ondas gigantes) com potencial de destruição nunca vistos.

http://www.zenite.nu/

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